Todo menino é rei, vide Roberto Ribeiro
num samba de roda cantado ladeira abaixo
compondo vitória na parede do cativeiro
cimento, concreto matando a fruta no cacho
refaço meu caminho pela marginal
sangue no matagal, fugindo pra capital
quebrei correntes, alicerces
tudo que dissesses já não era minha prece
passado, presente...
valor implantado na alma da gente
estampada na face vontade
chibatada marcada como registro
liberdade é falsa verdade
exploração decretou o ministro
e no fim, cê vai olhar pra mim
vai dizer nada mudou, será que se arrependeu
será q vc viveu
ou fingiu q não foi ruim?
será q ultrapassou quem sabe compareceu
será q as flores sumiram ou só eu num enxergo jardim?
aquele q se "fú" mas nunca se adaptou
somando soldado a favor do nosso motim
américa-latim só os pretos enfim
pode pá, chibatar q num pára os tamborim
oiá, oi rapá, pode vim pra lutar,
pra sonhar.. e deixar crescer o pixaim
escrevo nosso lema em nanquim
sobre papéis de pão e pasquim
desde o pré-mirim pedalando igual o robin
tô visando a seleção e fuga do botequim
muito mal no boletim meu medo é cortar capim
mas se a vida quer assim...
vamu fazer diferente!
É tempo de mudar pra nós num tá bom
força pra vagar relendo Malcom
ouvindo Marvin, sonhando Martin
James pelo Brown função vinde a mim
somos o centro do mundo, força!
deturparam a história, ouça!
eu sei por onde estive, Biko Steve
sei que revive
fé! no combate a hegemonia
Marcus Garvey falou que viria
em cada menó que dança o passin
em uma extensão pedaço de mim
Residência quilombo urbano
resistência é a meta, o plano
pra alcançar tudo aquilo que queremos
vivendo anseio, direito que temos
termos escrito no ato do rapto
julgaram apto as latinha que eu cato
só capto essência de força e fé
jogando peão no quintal do seu zé!