Ela é uma ilha de plástico, sangue, lama
deixa em todo mundo a sensação de vida urbana
te cerca de asfalto, concreto e publicidade
leva embora o restinho que existia de humanidade
inventa falsos amores e mandamentos
si tu vê legal tudo tem cor de cimento
um tsunami de gente com fome ordem e regresso
avanço tecnológico dificulta o acesso
e cadê? outra etnia na decisão mundial?
cadê? maravilhosa cidade artificial
além do mal, seu lado bom
resumiram tudo em capital ou armagedon
o amor é liquido e preto feito petróleo
e tudo que eles querem é conquistar seu monopólio
cercá-lo com grades e armas pra defendê-lo
privatizar sua patente por na vitrine e vendê-lo
Trabalhador, mão na massa, massa mão de obra
girando a engrenagem da maquina de manobra
distanciaram a mente do corpo e o corpo do meio
pra tu não saber quem é, nem saber de onde tu veio
das maquinas escuras escorrem suor e sangue
nas capas de revista é ferrari, audi, mustang
óh tempo moderno sem fim, sem que é ruim
como diria Chaplin, por que a vida é assim?
eu folhiei Fannon, não descobri sozin
se eu posso ser por mim, eu posso ser pelos neguin
fumaça cinzenta, cidade insenta de cores
cansaço e solidão constroem novos valores
amargo igual laranja mecânica,
pós-moderno tipo banda britânica
essa é pro trabalhador cansado
um cafézin, pastel do china... metrô lotado!
Monstro de alma cinza,fumaça esconde a brisa
motores ,televisores é lucro pra quem te pisa
espelho reflete a lucidez de quem fez
no quadragézimo andar mendigando pelo mês
mais um na multidão,de milhões ,depressão
a cada farol vermelho ,bate mais um coração
vivendo pela rua ,na calçadas,na esquina
loteria premia resultado da chacina
cidade permeia,semeia controle eterno
resulta no coletivo de vários zumbi de terno
passo sem direção,buzina carro metrô
cerveja lubrificante pro ser humano robô
savana de pedra aço,concreto e maldade
iveste falsos valores,pseudo felicidade
seu sonho real,capacidade letal
genocidio da raça,garante Paes no quintal
Olhar sempre frio,homem com alma de gelo
lutador desistiu ao mendigar o seu zelo
na rua sem teto,honra a base de troca
trocar comida por feto,mais nada disso te choca
hoje é natural ,graças ao São capital
objetos controlam a nossa vida pessoal
emprego mais caro ,mais claro se apoderou
se elegeu,promoveu,conquistou,se apegou,nos matou
trancou toda a riqueza no seu cofre
na sul o lho azul,na norte os pretos pobre
seus prédios ,tensão,navios,correntes
dinheiro,perdão,alívio,enchente
reduto do retirante do extremo norte
escravo por toda a vida ,cabeça sujeita a corte
sem amor,só suor maquinário
bicolor opressor proletário!